Polícia instaura inquérito para apurar crime de estelionato em loja fechada
Brenda Melo Duarte
O delegado titular do 1º DP de São Vicente, Marcos Alexandre Alfino, informou que a polícia instaurou novo inquérito para apurar denúncia de crime de estelionato envolvendo o proprietário da Alan Automóveis, Alan Otacílio Pereira.
Segundo ele, a hipótese de que o autor tenha aplicado um golpe e fugido não está descartada. "Em tese, pode estar ocorrendo crime de estelionato, já que ele não está sendo localizado pela equipe de investigação."
Nesta terça-feira, o advogado que representa o estabelecimento, Rubens Romão Fagundes, negou que Alan tenha fugido. "A família ficou com medo de represálias e se preservou." Já o delegado Alfino revelou que a defesa do proprietário da loja não procurou a polícia para prestar esclarecimentos.
Nesta segunda-feira, os clientes lesados pelo estabelecimento começaram a ser ouvidos pelo advogado da loja
Este é o 9º inquérito instaurado contra a Alan Automóveis. O último envolve sete pessoas lesados pela loja que registraram Boletim de Ocorrência. Mas muitos outros foram afetados. Desde a última segunda-feira, revoltadas, as vítimas procuram documentos e são amparadas pelo advogado do estabelecimento. Mais de 100 clientes já foram ouvidos.
Segundo Alfino, alguns veículos já foram bloqueados por queixa de estelionado. " O cliente deixou o carro para vender e o veículo sumiu", diz.
O delegado afirmou que as buscas pelo proprietário da Alan Automóveis continuam. Além disso, as vítimas estão sendo intimadas a depor. " Os clientes devem municiar o inquérito com documentação que pode servir de base para futura denúncia ao MP".
Alfino reiterou que solicitou à Junta Comercial do Estado de São Paulo o contrato social do estabelecinmento para saber se outras pessoas são responsáveis pela Alan Automóveis.
Procurado
No Parque Bitaru, em São Vicente, onde mora o pai e a mãe de Alan, os moradores já estranham tanta movimentação. Segundo uma vizinha da família, eles deixaram o imóvel na noite da última quarta-feira, quando a loja foi fechada, e não voltaram. Desde então, jornalistas, investigadores e vítimas procuram por Alan no local.
O advogado Rubens Romão Fagundes disse à reportagem que até agora não conversou com o cliente. "A família me procurou e pediu que eu avaliasse a situação. Estou realizando uma auditoria. Até o fim da semana, pretendo ter uma posição."
Segundo ele, a situação é delicada. "Há muitas dívidas. Entre cheques sem fundos e notas promissórias, já são R$ 300 mil".